Campinas está vivendo um dos momentos mais terríveis de sua história.
A pandemia avança em todo o país, com o apoio do governo federal. Mais de 40 mil brasileiros e brasileiras já morreram, em grande medida por responsabilidade direta do que faz e do que deixa de fazer o governo Bolsonaro.
O Estado de São Paulo é um dos mais afetados. Isto ocorre, em grande medida, porque a maior parte da população segue tendo que se locomover para trabalhar todo dia, porque os governos não garantem as condições indispensáveis para que se possa praticar o isolamento. Sem falar que milhões de pessoas que vivem em nosso estado não têm acesso a condições dignas de moradia, por exemplo, a água limpa e saneamento.
A pandemia está interiorizando. Mesmo assim, tanto o governo do estado quanto a maioria das prefeituras, ao invés de impor uma quarentena radical, fica elaborando planos de “flexibilização” de um isolamento que, hoje, atinge menos que 40% da população. É o caso de Campinas, onde o prefeito Jonas Donizete não consegue perceber o óbvio: o sistema de saúde já colapsou e a hora é de decretar emergência pública.
Nos próximos dias, semanas e meses, a situação tende a se agravar. Há quem preveja mais de 100 mil mortes por Covid 19, no país inteiro, até agosto. Mas o colapso do sistema de saúde contribuirá para muitas mortes mais. A isso se soma a crise social, a pobreza, a miséria, a desassistência, o número de pessoas sem teto, sem fonte de renda, passando fome e todo tipo de dificuldade. Some-se a crise econômica, com a superexploração, o desemprego em massa, a queda na arrecadação dos governos, o atraso de salários, a interrupção na oferta de serviços públicos.
Estamos diante de um catástrofe. Mas esta catástrofe não se abate sobre todos. Pelo contrário, as vitímas tem raça, gênero, classe, geração e territorialidade definida. As vítimas são, majoritariamente, moradores das periferias, negros e negras, mulheres, trabalhadores em idade de se aposentar e aposentados.
Isto tudo faz crescer e muito o sofrimento mental de dezenas de milhões de brasileiros. O medo da doença, do desemprego, da fome e da morte, estão se misturando com o discurso e a prática da violência, com o fundamentalismo, o racismo, a lgbtfobia, a misoginia, o feminicídio. O estresse individual, aumentado por toda a situação e pela pressão dos “novos” métodos e ambientes de trabalho, amplia o estresse social e aponta para explosões de fúria individuais e coletivas.
Este é o pano de fundo da crise política que vive o país, presidido por um neofascista e ultraliberal, que todo dia ameaça as liberdades democráticas e atenta contra a vida do povo brasileiro.
É nesse contexto que vão ocorrer as eleições municipais de 2020. Exigindo do PT que estivesse, há meses, fazendo campanha em favor do Fora Bolsonaro & Mourão, de eleições diretas para presidente, e de uma candidatura a prefeito que expressa nossa decisão de colocar a administração municipal de Campinas na trincheira dos que defendem a vida, não nas fileiras dos que conciliam com a morte, como é o caso da atual gestão.
Por motivos que não dependeram de nós, só agora o Partido está sendo convocado a deliberar sobre quem será nosso candidato a prefeito. Cinco companheiros se inscreveram. Em nossa opinião, o vereador Pedro Tourinho é quem reúne as melhores condições para defender a bandeira do Partido.
Por um lado, porque tem como centro de sua atuação, pessoal, profissional e parlamentar, a defesa do Sistema Único de Saúde, nossa principal arma contra a pandemia.
Por outro lado, porque – como ele próprio nos afirmou em reunião no dia 12 de junho de 2020 – sabe que a defesa da vida é inseparável da luta pelo Fora Bolsonaro e seu governo fascista e ultraliberal. Tem clareza de que no primeiro turno, precisamos de uma campanha de esquerda e uma frente de esquerda com PCdoB e PSOL, sem tergiversar nem se iludir acerca de alianças com outros partidos.
Reconhece que é preciso unir o Partido para enfrentar os duros desafios do momento político municipal, estadual e nacional, inclusive no que diz respeito a elaboração de um programa para o governo 2021-2024. E defende que, não sendo possível construir uma candidatura unitária, é preciso que a decisão seja do conjunto da base partidária como historicamente sempre foi.
Por esses e outros motivos, a tendência petista Articulação de Esquerda defende e vota na candidatura de Pedro Tourinho à prefeito de Campinas.
Campinas, 12 de junho de 2020.
Direção Municipal da Tendência Petista Articulação de Esquerda
[…] tomou posição em favor do Pedro Tourinho, por razões que foram explicadas em uma nota pública (https://blogdaguida.net.br/nossa-posicao-sobre-a-candidatura-majoritaria-do-pt-campinas/). Resumidamente, tais razões são: seu trabalho como médico e vereador, que o posiciona muito bem […]