De acordo com estudos realizados pela Fundação Getúlio Vargas e a FIOCRUZ, Campinas tem potencial para ser o próximo epicentro da pandemia no Estado de São Paulo pois já temos 99 casos confirmados, 956 em investigação e 5 mortes (até hoje 09 de abril de 2020 as 8 horas da manhã). Temos a enorme demora que pode chegar até a 3 semanas para se ter o resultado dos exames realizados, o que justifica termos casos de óbitos que ainda não foram confirmados, bem como uma série de casos ainda não diagnosticados.
Até o momento todos os Centros de Saúde da cidade, bem como os PAs e Hospitais públicos estão organizados para atender à população portadora sintomática da Covid-19.
O prefeito de Campinas, Jonas Donizette tem divulgado na imprensa que seu governo está disponibilizando equipamentos de segurança para proteger os trabalhadores durante esse período de pandemia.
Porém, a realidade desses profissionais no dia a dia de seu trabalho é bem diferente daquilo que Jonas e o seu Secretário Carmino tem declarado.
Com a falta de resultados e a subnotificação, a orientação para o uso de EPIs é somente para os profissionais que estão em atendimento direto de sintomáticos respiratórios, só que muitas pessoas tem o vírus mas os sintomas não aparecem ou demoram a aparecer, contaminando a todos/as, inclusive aqueles/as profissionais que estão no serviço atendendo a toda população sem EPI, como acontece com vários da área de apoio (Agentes Comunitários, pessoal da Farmácia, Higiene, Zeladoria).
Os números de profissionais da saúde afastados confirmam a dificuldade de acesso a esses equipamentos de segurança, haja vista que hoje temos por volta de 207 servidores afastados com sintomas de gripe e muitos destes suspeitos da covid-19. Desse total, 107 são funcionários que atuam nos postos e centros de saúde e o restante (100), são servidores da Rede Mário Gatti que congrega os hospitais Mário Gatti, Ouro Verde, as UPAS (Unidades de Pronto Atendimento) e o Samu.
O que de fato está ocorrendo é que NÃO estão sendo disponibilizados EPIs na quantidade necessária para esses trabalhadores exercerem suas funções com o mínimo de segurança. Podemos citar como exemplo as máscaras que tem sido utilizadas por até 6 horas de trabalho continuo, já que não tem outra para garantir a troca nos horários devidos.
Felizmente estamos contando com o monitoramento realizado pelo Conselho Municipal de Saúde de Campinas que tem denunciado as péssimas condições de trabalho e de segurança que esses profissionais estão sendo submetidos.
Tal papel deveria ser coordenado pelo STMC, mas o que sabemos é que a direção do sindicato resolveu entrar em recesso, enquanto os trabalhadores da saúde do município estão sendo expostos na linha de frente combatendo essa pandemia.